MixMinds

segunda-feira, janeiro 16, 2006

Desilusão do dia

Ohmygod ohmygod ohmygod!
Ó Preto!
Vi no messenger do Chiclas que o Crómio ia ao Zodiaco no próximo Sábado. E eu aqui!!
Bolas...
Era o actor dos Morangos que eu mais queria conhecer!
O pior é que era mesmo...

Quase me estragava o fim de semana.
Bah.
;)

sábado, janeiro 14, 2006

Café du Rond-Point

Sexta-feira, 13 de Janeiro 2006
Feeling lost, stop before going home and get your mind straight.
I see weird things.
Não consigo parar de escrever!
Sempre que vou arrumar o papel e a caneta, acontece alguma coisa que me faz puxar deles de novo.
Este café é a verdadeira fonte de inspiração. E tu já deves ter reparado à piada que eu acho ao ambiente que me rodeia (quando estou atenta).
Tenho à minha frente uma mulher (só agora percebi que o era) que parece saída de uma peça de teatro de um actor. Ela senta-se, curvada sobre a mesa, e vejo as suas pernas de fato de treino, cruzadas debaixo da mesa. A sua expressão facial (sempre inconstante), juntando-se ao seu cabelo desgrenhado (tipo palha de aço – mesmo!) são os elementos que não deixam ver a olho fácil o seu género. A sua voz é ambígua também, porque está embargada de álcool, e fala sozinha.
Ou será um homem?
Leva as mãos à cara, esfrega-se toda e estica-se sobre a mesa. Levanta a cabeça de novo e recomeça a falar. Frases soltas, perdidas.
Agora levantou-se e o seu andar parece uma coisa maquinada, o suficiente para não se estatelar redonda no chão.
Parece mesmo um teatro. Quem me dera que visses!
Ainda por cima, na mesa ao seu lado, está o velho gordo e vermelho que já bebe a sua eterna cerveja desde que cheguei. Também ele fala sozinho. Quando me atrevo a olhar na sua direcção (porque é inevitável) ele está a sorrir e a fazer-me olhinhos.
Estando no meio deste triângulo, neste estado em que entrei (e que depois se foi alterando), começo a pensar se não haverá nenhuma ligação estranha. Eu sei que não, mas o filme diverte-me. Mesmo assim, ser observadora deste teatro é ainda mais gratificante porque eles os dois interagem sem saber e eu começo a pensar que há uma história por trás disto. Só pode haver. Não pode ser por acaso! E ainda por cima, é sexta-feira, 13.
Agora a mulher está a berrar comigo. COMIGO! Acho que ela me topou, mas eu topei-a a ela primeiro e o jogo está na minha mão. Eu tenho as armas – o papel e a caneta – e posso escrevê-la como bem me apetecer. Passou a ser um personagem, ao passo que eu, para ela, sou mais uma face irreconhecível numa névoa de cerveja. Inatingível.
Paro aqui porque acabou-se-me a arma, acabou-se-me o papel. Vou fumar um último cigarro e ir-me embora, porque isto começa a tornar-se assustador.